sexta-feira, 22 de junho de 2007

i'm going for a walk

quinta-feira, 21 de junho de 2007

pensando em números

Estive pensando...
É verdade que esta actividade até ocorre com alguma frequência aqui dentro, se bem que não é propriamente utilizada para coisas realmente úteis, o que por vezes me preocupa!

Estou a caminho dos 27 (Hum, este número é esquisito! Como é que eu vou passar um ano inteiro com ele?) e ainda penso em coisas estapafúrdias, ridículas e estranhas, que me levam deste mundo para uma realidade meia psicadélica! Aqui dentro passam-se coisas que me levam a interrogar-me sobre a possibilidade de eu andar a tomar algum LSDsito inconscientemente!
Menina Rachelet, bem sei que tens "tripes de LSD" à borla, exteriores a ti! Uma espécie de mundo alternativo que vem ter contigo, quer tu queiras quer não! Eu cá, tenho-as privadas! Muitas vezes pergunto-me se será esta uma condição eterna, que habitará no meu ser até eu desaparecer, ou se será uma espécie de situação temporária que passará com a idade. Embora se pensar em idade, penso novamente no número 27 que me apanhará com as suas garras em menos de um mês.
Será isto uma espécie de negação ao número 27, e consequentemente uma rejeição a mais um ano acumulado, uma fuga a um caminho de rugas que de certeza estará para chegar a qualquer momento?

Tenho sentido nos últimos dias uma espécie de luz laranja a piscar, um alarme, um alerta, enfim, qualquer coisa silenciosa mas que ao mesmo tempo não pára de piscar e que me diz: "Look behind you. Can you see any good deeds, achievements, anything?" Hum, isto está a fazer-me pensar (desta vez a sério, tipo reflexão)!
Olho para trás, para estes últimos 26 anos. 11 meses e alguns dias e descubro que se calhar não fiz o suficiente! Andei a pairar no ar, parece-me... Não me lembro de ter ajudado ninguém desconhecido, ou de pelo menos ter dado uma ajuda que fosse realmente relevante... Não me lembro de ter dado de comer a alguém que tivesse fome...

E quando olho para trás e tento comparar o que o mundo era com o que é, não consigo dizer com absoluta segurança que estamos melhor. 27 anos passaram desde o meu nascimento e ainda temos os mesmos problemas e as mesmas diferenças de sempre... Ainda no outro dia estava a falar sobre a pena de morte, e sobre o facto de ela ainda existir, estando nós no século XXI. Aí está, 21 é outro número importante!
Contamos com pelo menos (se bem que sabemos que é muito mais do que isso, o que me assusta ainda mais) 21 séculos de civilização e no entanto ainda não sabemos ser civilizados e cada vez mais vivemos para nós próprios e não para os outros. Não era suposto já termos aprendido alguma coisa, by now?


Quantos conflitos, confrontos, guerras, ataques vi hoje noticiados na CNN? Não sei, perco-lhes a conta! E no entanto, já passaram quase 27 anos desde a primeira vez que olhei cá para fora, e as coisas continuam na mesma ou estão piores, o que indica que eu e muitos de nós nada fizemos para melhorar a situação. Mas não é nosso dever fazer alguma coisa? Em vez de olharmos para os nossos umbigos? O meu até é giro, confesso, bem feitinho e tudo! mas tenho que perceber que há um mundo inteiro para além disso!

Estive a ler um livro sobre escravatura. Uma espécie de ficção meets factos históricos no último livro da trilogia dos Zarcos. "Meia-Noite ou o Princípio do Mundo" de Richard Zimler revelou-me que as coisas não mudaram assim tanto desde o século XIX. A escravatura ainda existe, não podemos dizer que não. Porque por mais que isso seja mentira em termos oficiais e legais, todos nós sabemos que ela anda por aí, provavelmente bem mais perto de nós do que julgamos. Pergunto-me por que raio é que a cor de alguém tem assim tanta relevância! Who cares? Não somos todos filhos de Deus? Or so they say! E se não é sobre cor, é sobre religião! Temos meio mundo à guerra com o outro meio por causa de crenças! Mas já não devíamos ter aprendido que o respeito é uma das coisas mais importantes para o ser-humano? Afinal de contas não houve alguém que disse que a nossa liberdade acaba quando a do outro começa?

Não há paciência! E se calhar também não há paciência para mim e para este número 27! Mas mais do que isso, às vezes não há paciência para nós, ser-humano esquisito que se recusa a aprender!


quarta-feira, 20 de junho de 2007

"All My Friends"

Aqui vai um abraço musical para @s gaj@s da Flul, em especial für dich, liebe Luka, because this is your song!

Até ao próximo jantar, malta! ;D

sexta-feira, 15 de junho de 2007

Freiheit!

Pois bem! A minha pessoa adquiriu finalmente a sua primeira bicicleta berlinense e já andou por aí a fingir que sabe pedalar! Ontem até fomos a um grill com as nossas novas meninas e não correu nada mal! É uma questão de hábito, se bem que os condutores berlinenses são uns santos pacientes e ajudam!


E foi tão bom sentir aquele vento no meu rosto e aquela liberdade que já não sentia desde os meus dias erasmianos em Göttingen! Oh Erasmus, Erasmus, volta para mim! E tu também minha querida égua azul metalizada!

Oh, como gostei daquele ano em Göttingen onde a bicicleta era o transporte principal daquela gente toda! E eu, claro, também arranjei uma em 365ª mão! Ela era azul metalizada e linda, deslizava pela estrada como se de uma patinadora de gelo se tratasse! Sniff! Que saudades tuas, minha querida!

Mas bem, a minha nova amiga de duas rodas é vermelha sensual, já um pouco para o velhote, mas ainda dá para as curvas, pelo menos algumas! Vou lentamente recuperando a sua beleza, comprando até acessórios novos que lhe ficam muito bem! Então, uma bici é como uma mulher, precisa de ser mimada!

A única coisa a ser ultrapassada agora é a primeira semana de viagens na bici! E para isso preciso de muita coragem! É que uma parte da minha anatomia está um pouco dorida, coitada! Mas enfim, não morrerei por isso!


quinta-feira, 7 de junho de 2007

Desfecho

Não tenho mais palavras.
Gastei-as a negar-te...
(Só a negar-te eu pude combater
O terror de te ver
Em toda a parte.)

Fosse qual fosse o chão da minha caminhada,
Era certa a meu lado
A divina presença impertinente
Do teu vulto calado
E paciente...

E lutei, como luta um solitário
Quando alguém lhe perturba a sua solidão.
Fechado num ouriço de recusas,
Soltei a voz, arma que tu não usas,
Sempre silencioso na agressão.

Mas o tempo moeu na sua mó
O joio amargo do que te dizia...
Agora somos dois obstinados,
Mudos e malogrados,
Que apenas vão a par na teimosia.

Miguel Torga

Há dias assim!

Não tenho paciência para escrever, nem fome de palavras... No entanto, os meus olhos pedem-me coisas belas.

Henri Cartier-Bresson, Lisboa, 1955