quinta-feira, 21 de junho de 2007

pensando em números

Estive pensando...
É verdade que esta actividade até ocorre com alguma frequência aqui dentro, se bem que não é propriamente utilizada para coisas realmente úteis, o que por vezes me preocupa!

Estou a caminho dos 27 (Hum, este número é esquisito! Como é que eu vou passar um ano inteiro com ele?) e ainda penso em coisas estapafúrdias, ridículas e estranhas, que me levam deste mundo para uma realidade meia psicadélica! Aqui dentro passam-se coisas que me levam a interrogar-me sobre a possibilidade de eu andar a tomar algum LSDsito inconscientemente!
Menina Rachelet, bem sei que tens "tripes de LSD" à borla, exteriores a ti! Uma espécie de mundo alternativo que vem ter contigo, quer tu queiras quer não! Eu cá, tenho-as privadas! Muitas vezes pergunto-me se será esta uma condição eterna, que habitará no meu ser até eu desaparecer, ou se será uma espécie de situação temporária que passará com a idade. Embora se pensar em idade, penso novamente no número 27 que me apanhará com as suas garras em menos de um mês.
Será isto uma espécie de negação ao número 27, e consequentemente uma rejeição a mais um ano acumulado, uma fuga a um caminho de rugas que de certeza estará para chegar a qualquer momento?

Tenho sentido nos últimos dias uma espécie de luz laranja a piscar, um alarme, um alerta, enfim, qualquer coisa silenciosa mas que ao mesmo tempo não pára de piscar e que me diz: "Look behind you. Can you see any good deeds, achievements, anything?" Hum, isto está a fazer-me pensar (desta vez a sério, tipo reflexão)!
Olho para trás, para estes últimos 26 anos. 11 meses e alguns dias e descubro que se calhar não fiz o suficiente! Andei a pairar no ar, parece-me... Não me lembro de ter ajudado ninguém desconhecido, ou de pelo menos ter dado uma ajuda que fosse realmente relevante... Não me lembro de ter dado de comer a alguém que tivesse fome...

E quando olho para trás e tento comparar o que o mundo era com o que é, não consigo dizer com absoluta segurança que estamos melhor. 27 anos passaram desde o meu nascimento e ainda temos os mesmos problemas e as mesmas diferenças de sempre... Ainda no outro dia estava a falar sobre a pena de morte, e sobre o facto de ela ainda existir, estando nós no século XXI. Aí está, 21 é outro número importante!
Contamos com pelo menos (se bem que sabemos que é muito mais do que isso, o que me assusta ainda mais) 21 séculos de civilização e no entanto ainda não sabemos ser civilizados e cada vez mais vivemos para nós próprios e não para os outros. Não era suposto já termos aprendido alguma coisa, by now?


Quantos conflitos, confrontos, guerras, ataques vi hoje noticiados na CNN? Não sei, perco-lhes a conta! E no entanto, já passaram quase 27 anos desde a primeira vez que olhei cá para fora, e as coisas continuam na mesma ou estão piores, o que indica que eu e muitos de nós nada fizemos para melhorar a situação. Mas não é nosso dever fazer alguma coisa? Em vez de olharmos para os nossos umbigos? O meu até é giro, confesso, bem feitinho e tudo! mas tenho que perceber que há um mundo inteiro para além disso!

Estive a ler um livro sobre escravatura. Uma espécie de ficção meets factos históricos no último livro da trilogia dos Zarcos. "Meia-Noite ou o Princípio do Mundo" de Richard Zimler revelou-me que as coisas não mudaram assim tanto desde o século XIX. A escravatura ainda existe, não podemos dizer que não. Porque por mais que isso seja mentira em termos oficiais e legais, todos nós sabemos que ela anda por aí, provavelmente bem mais perto de nós do que julgamos. Pergunto-me por que raio é que a cor de alguém tem assim tanta relevância! Who cares? Não somos todos filhos de Deus? Or so they say! E se não é sobre cor, é sobre religião! Temos meio mundo à guerra com o outro meio por causa de crenças! Mas já não devíamos ter aprendido que o respeito é uma das coisas mais importantes para o ser-humano? Afinal de contas não houve alguém que disse que a nossa liberdade acaba quando a do outro começa?

Não há paciência! E se calhar também não há paciência para mim e para este número 27! Mas mais do que isso, às vezes não há paciência para nós, ser-humano esquisito que se recusa a aprender!


3 comentários:

Rachelet disse...

Ora quanto àquela parte de não teres ajudado ninguém, lembro-te um certo donativo que fizeste aos amigos das 4 patinhas que, gota a gota, deve ter sido o oceano para um deles.

Poucos dias depois do teu, vem o meu número 28, igualmente assustador e desagradavelmente par.

Quando olhamos para o ano que passou temos a tendência de procurar os grandes gestos, as grandes viagens, o que adquirimos em matéria e não em sabedoria.

As pequenas descobertas do dia-a-dia contam pouco na contabilidade biográfica, mas são elas que mudam a tua vida. Aquele cafezinho que descobriste noutro dia e a que não deixaste de ir, aquele livro que te encaminhou para outro de que gostaste, uma música a passar na rádio que te lembrou algo que te fez sorrir... esta coisas não entram na contabilidade, mas são delas que se fazem os dias. E os anos são só muitos dias acumulados.

Me, Myself & I disse...

Bela Raquel que sabe pôr uma pessoa no lugar quando ela precisa! :D Acho que é por isso que te tenho em tão boa conta, rapariga! Eheheh!
Confesso que uma noite mal dormida me dá sempre uma disposição de cão, o que me faz ver as coisas de uma forma mais negativa! Algumas horas já passaram, e com elas veio o poder de relativizar!
Danke, Rachel!

Rachelet disse...

;)
Quando for o meu aniversário estarei a sobrevoar os céus... Senão pedir-te-ia que retribuísses tirando-me da invariável depressão de aniversariante.