terça-feira, 15 de julho de 2008

and the present for getting older is...

Já que o fim do meu 27º ano se aproxima, e um novo já vem a caminho, achei por bem viajar um bocadito!

É aqui que eu vou estar nos próximos quatro dias!

One Month's Rainfall Expected In One Day
Vou andar pela cidade, ver museus que nem uma maluca, passear pelos mercados, ir a Picadilly Circus, entrar na St Paul's Cathedral...e, quem sabe, até dar um beijinho à rainha!

Eu só espero que o tempo esteja mais convidativo do que aqui!

amigos amigos, vidinha à parte

Será que há algum prazo de criancice? Ou será que há um dia em que nos dizem: "Agora acabou, não há mais! A partir de hoje estás por tua conta, já és adulta! Vai lá arranjar um trabalho, pagar as continhas e esquecer que tens amigos!" É que se há, ninguém me avisou! Quer dizer, pelo menos não assim de forma tão directa!

Bem sei que que temos que crescer, arranjar casa (ou melhor, lugar para viver), emprego... Agora, também temos que deixar os nossos amigos? Ou eles têm que nos deixar a nós?

Começo a chatear-me com as tretas todas que ouço, vejo, presencio e capto! Mas quê, a partir do momento em que já somos suficientemente crescidos deixamos de poder contar com os outros, ou de saber o que quer que seja sobre eles?

Estou um bocado farta de jantarinhos em que na verdade já não há nada à excepção da porcaria que se passa no raio do país!
Mas então e a nossa vida? Os nossos problemas, as nossas angústias, as nossas alegrias, porque não?, e as coisas boas que vão acontecendo ao longo de um ano? Não interessam, é?
Interessavam quando éramos jovens e não tínhamos problemas a sério, mas agora que chegámos mesmo à adultice, é cada um para o seu lado, uma espécie de "salve-se quem puder que eu não tenho nada a ver com a tua vida"?

Olhem, meus amigos, não querem partilhar a vossa vida comigo, os vossos melhores momentos, mudanças, desejos, ou até os vossos medos? Não querem? Então, I don't really care! Mas depois não esperem que ande pr'aí toda contentinha a falar sobre nada! Vão à vossa vida que eu vou à minha!

quinta-feira, 10 de julho de 2008

5 manias, 5 compulsões

Há uns tempos a Rachelet escreveu um post sobre manias e compulsões. Quem não as tem?
É verdade que há gente mais sã do que outra, eu por exemplo tenho um comportamento algo compulsivo. Bom, mais do que algo, vá! Se o meu gajo estivesse por aqui já teria dado uma gargalhada...

  1. Odeio portas abertas (não estou a falar das metafóricas, claro! dessas não me importo de ver)! Odeio, odeio, odeio! Portas de armários, do roupeiro, do quarto, à noite, quando vamos dormir... Sou Caranguejo, preciso de coisas fechadas!
  2. Vivo por unidades. Tudo tem de estar compartimentado. No About a Boy a personagem do Grant diz que faz tudo por unidades. Eu também. A unidade pequeno-almoço, a unidade tomar banho, pôr creme, pôr lentes e afins, a unidade ir às compras... E sei lá que mais. Odeio isso em mim, mas não gosto de coisas que não estejam previamente planeadas, já inseridas numa unidade. O que torna as coisas complicadas quando se vive com um Sagitário!
  3. Trancar a porta à noite, levantar-me já depois de deitada para verificar outra vez, dar mais uma volta e voltar a verificar. Não que me sinta insegura, mas tem de estar trancada.
  4. Arrumações. Sentar-me para trabalhar ou ler ou fazer outra coisa qualquer e a casa estar desarrumada. Não consigo! As almofadas do sofá não estão no sítio, a coberta do sofá está enrugada, o edredão da cama está torto... Fico perturbada, como se houvesse um zumbido permanente no meu ouvido que só pára quando as coisas estão no seu lugar.
  5. Não consigo ler jornais do dia anterior. Não posso, odeio! Já é informação passada, requentada! Transtorna-me, não consigo! E quando o faço, não consigo estar com a atenção devida!
Quando era pequena era bem pior!
Quando descalçava os chinelos antes de me ir deitar, eles tinham que ficar juntos, um ao lado do outro, direitinhos em relação à cama. Além disso, antes de apagar a luz tinha que tocar no chão do lado direito e do lado esquerdo dos chinelos. Otherwise não conseguia dormir.
Quando saía da escola à hora do almoço e ia ter com o meu pai para irmos para casa, tinha sempre que pisar numa certa mancha que havia no chão no caminho. Otherwise o meu dia não ia correr bem e algo de terrível iria acontecer.

terça-feira, 8 de julho de 2008

um novo começo

Quem é que não gosta de se deitar numa cama feita de lavado, novinha, fresquinha e cheirosa? Quem não sente algo diferente ao abrir um caderno novo, cujas folhas imaculadas ainda não foram conspurcadas?

E não é só com coisas inanimadas que isso acontece, claro! Pelos menos para mim!
Apesar de ser um pouco bicho do mato a ideia de conhecer alguém é-me muito atraente. Sim, é verdade que não gosto muito daquele primeiro contacto: nunca sei muito bem o que dizer...
No entanto, adoro aquela pessoa inteira que está ali à minha frente, cheia de possibilidades, cheia de novidades, manias, coisas para contar, com uma vida secreta, com uma gargalhada característica, por vezes ridícula, insegura, cheia de si, simpática, insuportável, com uma paleta imensa de ideias diferentes, conhecimentos... Hum, é como entrar numa loja de chocolates, experimentar todas as nuances, branco, de leite, e todos aqueles por centos de chocolate negro, mais todos os ingredientes que podemos juntar ao dito cacau! É um mundo de possibilidades delicioso!

Começar um curso novo de português é a mesma coisa. É incrível como na primeira aula já dá para ver tanto de uma pessoa!
Na semana passada comecei um curso de português para principiantes. E numa hora e meia consegui perceber que a J. mostra ser muito alemã e rigorosa, quase má até (eu fui com ela no elevador, ainda sem saber que era minha aluna, e senti um leve medo), mas na verdade está é insegura com a perspectiva de enfrentar algo novo e fica vermelha de cada vez que vai responder.

Depois há também duas meninas novas, 17, 18, muito adolescentinhas, que fazem sempre tudo juntas, nunca se largam, e cochicham sempre sobre tudo!

A seguir tenho a A., muito segura de si, muito calma, sabe o que quer, e adora fazer perguntas em relação à pronúncia exacta de qualquer palavra em português.
Ao lado está a R., calada que nem um rato, ali no cantinho, que percebe mais de português do que as outras todas, mas que só observa, pouco participa.

A última (com um nome que para nós portugueses é engraçado: Cortina) é a típica menina rato de biblioteca, com óculos, carinha inocente, que já estudou francês, espanhol e italiano, e achou que podia pegar agora no português, porque não, já que ficaria assim o ciclo completo. Essa é introvertida, mas percebe tudo.

Mas enfim, é curioso como a visão do lado de cá, do lado do quadro (ia dizer "do lado do estrado" mas esses tempos já passaram! Felizmente! Eu ainda sou do tempo disso. A minha prof da primária adorava o seu "palco"!) nos oferece tanto! E como as pessoas, em certas situações, são livros abertos, completamente transparentes!

segunda-feira, 7 de julho de 2008

de volta

Às vezes faz bem fazer uma pausa das coisas que nos rodeiam. Infelizmente nem sempre podemos simplesmente desaparecer, ir para outro lado e acabamos por perder a perspectiva das coisas quando vemos sempre a mesma paisagem da nossa janela...
Sinto-me feliz por me ter afastado daqui por uns tempos. Agora já escrevo e penso com outros olhos!

No outro dia pensava na forma como me tornei num animal de hábitos. Demasiado até! É sempre um caminho seguro, aquele que percorremos todos os dias, é confortável até, mas na verdade não é lá grande coisa.
Pensando bem, com tanta surpresa que a vida nos traz, às vezes mais vale viver aleatoriamente, sem hábitos que amoleçam a nossa vontade de sobreviver!

Adoro esta sensação de segurança do dia-a-dia que criei para mim. Mas se pensar bem lá no fundo no que acabei de escrever, poderei constatar que estou a mentir. Sim, o caminho que eu escolhi é mais sólido, tem uma relvinha fofa, não há estranhos indesejados que por ele passem e poças de água nunca foram vistas por estas bandas. Mas, infelizmente (ou felizmente), a vida nunca é aquilo que planeámos e traz sempre consigo elementos exteriores que perturbam o meu querido caminho verdinho e limpo de qualquer impureza. Hum, e na verdade, quem quer viver numa redoma?

Eu não!
Confesso que gostava que certas surpresas desagradáveis não entrassem no meu caminho, mas também há outras que me fazem muito feliz...
Será que eu poderia criar um filtro, uma espécie de purificador de ar, algo que seleccionasse surpresas? Do lado de fora ficariam as pessoas que pensei que conhecia mas não conheço, todos os monstros mascarados, o meu mau-feitio, a minha capacidade de irritação, um céu nublado, uma conta menos recheada, um dia de trabalho que corre mal, más notícias, uma discussão, os amigos que não são amigos. Teria que ser um filtro muito rigoroso, que cuspisse todas as coisas malvadas, mas que abraçasse um bom dia de sol, um postal na caixa do correio, uma refeição simplesmente deliciosa, um sorriso, um abraço, uma Diana mais simpática e menos rezingona...

Ora bolas, ao fim e ao cabo, a vida é a coisa mais simples que existe, não é? Nós, com todos os nossos desejos, esquisitices, cheliques e coisinhas é que complicamos tudo!