quarta-feira, 31 de outubro de 2007

benfeitores em nome de Deus


Há uns tempos, aqui no prédio, encontrei esta relíquia! Afinal chegar lá a cima e ser ouvido por Deus está bem mais perto do que nós pensávamos! Está apenas a um bilhetinho de distância!

Posso dizer, e peço desculpa às almas que poderei ofender com isto, que não há coisa que mais me irrite que é ter de aturar gente insistente que tenta impingir-me a Palavra de Deus!
Eu até nem tenho nada contra Deus, simplesmente não acredito nele! É só isso! Mas respeito as pessoas que pensam nele, que rezam para ele, e essas coisas todas. Mas por isso mesmo, porque respeito quem nele acredita, espero exactamente o mesmo deles: respeito por alguém que não acredita!
É que de cada vez que passo pela entrada da Universidade de Humboldt, aqui em Berlim, tenho que aturar sempre as mesmas perguntas! "Acreditas em Cristo?" "Queres abraçar a Palavra de Deus?"
Se não disser nada, perseguem-me! Se disser que acredito em Cristo como figura histórica extremamente importante que foi, grande líder, personagem interessantíssima, que veio muito antes do seu tempo, mas não como figura divina, chacinam-me na rua, começam a contra-argumentar, no alto de toda a sua razão, bem lá em cima, no seu pedestal...
Mas que chatice! Não há paciência!


Posso ter dúvidas sobre muitas coisas, não sou propriamente a pessoa mais segura do mundo, mas de uma coisa eu tenho a certeza: sei qual é a minha posição quanto a Deus!
Às vezes até posso ter algumas perguntas, fases mais estranhas, um pouco como Miguel Torga, que no seu Desfecho mostra a tentativa de negar Deus, a sua luta (no seu caso perdida)...
Muitas vezes até acho que faz sentido que exista um senhor de barbas, todo fofo, muito
wise e paciente, que nos ouve a qualquer altura, quando temos dúvidas, quando nos sentimos sós, quando precisamos de um ombro amigo... um pouco como o Morgan Freeman no Bruce Almighty. Sim, isso assim até era fixe! Mas, infelizmente, o Morgan Freeman não está disponível, e Deus não existe assim...

E se querem saber, depois de ver a merda toda que a Igreja fez, faz e fará, não há paciência para acreditar no que quer que seja. Aliás, não há nada que faça mais sentido do que o que sua excelência Marx disse: "a religião é o ópio do povo"! E é sim senhora, e é também o ópio dos mais fracos!

Por isso, queridos estudantes que andam por aí a vender a Palavra de Deus, eu não estou disponível! Não estou aqui, não acredito, não existo aos olhos de Deus e sou uma pecadora nata! Entendido?

3 comentários:

Rachelet disse...

Há religião ou religiosidade e depois há crendice e fanatismo. E se seguir uma religião pode ser bom para quem precisa de se sentir acompanhado, de sentir que é parte de uma coisa maior, de uma comunidade... deixar-se reger inteiramente por uma coisa que é criada pelos homens e não por deus algum e tentar com isso reger as vidas dos outros é uma violação do direito fundamental ao livre arbítrio.

Mas olha que era capaz de deixar uma precezita na caixinha. Não faz mal cobrir as bases todas... :)

Td menos amorzinho ou sobremesas disse...

Rachelet, deves ser uma mulher às direitas! Essa frase final é do best!! Nana, tenta lembrar-te desta imagem: uma testemunha de jeová k é a cara chapada do Mr. Bean... muito me ri à custa dessa infeliz testemunha. E depois podes ser sempre mais agressiva tipo: sou uma pecadora nata e gosto e como o Papa já disse k o inferno n existe, vou continuar a ser. Assim k podem ir todos morrer longe!!

Rachelet disse...

/me faz a vénia
*(^-^)*