terça-feira, 15 de julho de 2008

amigos amigos, vidinha à parte

Será que há algum prazo de criancice? Ou será que há um dia em que nos dizem: "Agora acabou, não há mais! A partir de hoje estás por tua conta, já és adulta! Vai lá arranjar um trabalho, pagar as continhas e esquecer que tens amigos!" É que se há, ninguém me avisou! Quer dizer, pelo menos não assim de forma tão directa!

Bem sei que que temos que crescer, arranjar casa (ou melhor, lugar para viver), emprego... Agora, também temos que deixar os nossos amigos? Ou eles têm que nos deixar a nós?

Começo a chatear-me com as tretas todas que ouço, vejo, presencio e capto! Mas quê, a partir do momento em que já somos suficientemente crescidos deixamos de poder contar com os outros, ou de saber o que quer que seja sobre eles?

Estou um bocado farta de jantarinhos em que na verdade já não há nada à excepção da porcaria que se passa no raio do país!
Mas então e a nossa vida? Os nossos problemas, as nossas angústias, as nossas alegrias, porque não?, e as coisas boas que vão acontecendo ao longo de um ano? Não interessam, é?
Interessavam quando éramos jovens e não tínhamos problemas a sério, mas agora que chegámos mesmo à adultice, é cada um para o seu lado, uma espécie de "salve-se quem puder que eu não tenho nada a ver com a tua vida"?

Olhem, meus amigos, não querem partilhar a vossa vida comigo, os vossos melhores momentos, mudanças, desejos, ou até os vossos medos? Não querem? Então, I don't really care! Mas depois não esperem que ande pr'aí toda contentinha a falar sobre nada! Vão à vossa vida que eu vou à minha!

2 comentários:

Rachelet disse...

Acho que quando éramos putos tínhamos outra disponibilidade, curiosidade e interesse pelos outros e as suas coisas.
Agora, que o fim do mês não quer dizer apenas que passamos a escrever outro número quando escrevemos o sumário, parece que dar atenção aos outros é um luxo e que ouvir os problemas dos outros pode ser contagioso e pegar-nos o problema.

Me Myself I disse...

Sim, eu percebo o que dizes. Custa-me é ver como as coisas mudam e como as pessoas se fecham aos outros.
Viver em Berlim também não ajuda muito, quando todos os outros estão em Portugal... Mas por isso mesmo faço sempre um esforço grande para compensar esse obstáculo. Infelizmente não vejo o mesmo do outro lado.
Ah, "c'est la vie"!