segunda-feira, 19 de fevereiro de 2007

Lady in the Water

No outro dia vi o último filme do Shyamalan. Chama-se Lady in the Water, já devem ter ouvido falar, apesar de não ter tido tanto sucesso como os outros que ele realizou.
Confesso que quando vi o trailer me decidi logo que não o ia ver. Fiquei até com pena, porque já tinha visto os filmes todos dele até então, e tinham todos (uns mais, outros menos) um je ne sais quoi de interessante, de intriguing, de proximidade.
Não sei bem porquê, mas gosto da criatura. Para além do seu ar simpático (e fofo, pronto, tenho que o dizer!), intrigam-me algumas ideias que ele tem, ainda por cima em alguém tão novo. Provavelmente os críticos cinéfilos portugueses, pseudo-intelectuais, que usam um vocabulário que a mim não me diz rigorosamente nada, devem estar a saltar do alto da sua cadeira, perante tais palavras. I don't really care! Se há classe que mais me irrita em Portugal é a dos pseudo-intelectuais mais o seu vocabulário elitista.
Bom, mas continuemos.
Fiquei então um pouco triste quando me apercebi de que este filme não ia ser tão bom como os outros dele. O trailer, devo dizer, torna o filme infantil e ridículo. Não gostei mesmo nada!
Felizmente, por obra do destino, ou apenas do meu namorado!, o filme apareceu cá por casa, e eu, sem qualquer entusiasmo, deixei-me arrastar até ele.
Ainda bem!!! Olha se eu nunca via o filme influenciada por um trailer estúpido. Ia ser uma grande perda!
É a história em si, fantástica, que foi tão harmoniosamente fundida com a realidade de um condomínio e os seus moradores, cada qual com a sua loucura. É a forma como ele junta toda a gente (une, reune) e faz com que eles tão facilmente acreditem em algo inacreditável. Senti, de forma tão natural e fluída, a crença do ser-humano, a união para que algo seja reposto, mesmo que esse algo não exista no nosso mundo real. Foi a forma como ele conseguiu com que todos acreditassem... como ele criou tão bem as personagens, cada qual diferente, para que no fim se completassem...
Conhecem aquela sensação que muitos temos de que o ser-humano simplesmente deixou de acreditar? Pois é, por mais que lute contra isso, muitas vezes eu própria deixo de acreditar... até que, felizmente, de vez em quando, surge algo que me puxa novamente das profundezas... Viva esses momentos, por que deles é feito o meu interior!

2 comentários:

Anónimo disse...

Eu acho que os filmes para os quais partimos com expectativas negativas ou indiferentes quando são bons (ou até razoáveis) superam muitos do mesmo nível, mas para os quais já íamos positivamente preparados (ou pela crítica, ou pelas opiniões dos outros, ou pelas nossas afinidades com actores/realizadores/argumentistas).

Engraçado como até pode ter o efeito inverso ver um filme bom bem publicitado e bem criticado - «Afinal não era aquela coisa... bonzito, vá, mas não aquela coisa!»

Td menos amorzinho ou sobremesas disse...

E sabes que mais? Por culpa tua, peguei no filme e vi-o. Estava um pouco como tu... apesar de ser de kem era... n chamou muito por mim. E sabes que mais? Gostei!! :) Axo que a culpa de tudo é mm da apresentação, k n é nada de jeito!! Brigada pelo conselho!!